É, minha gente! Piscamos e
estamos no final de maio. Logo já estaremos no meio do ano, comendo canjica e
dançando quadrilha. Dá para acreditar? Parece que foi ontem que 2023 começou.
Eu sempre achei o maior papo de velho essa história de que o tempo voa. Hoje,
apesar de concordar (talvez porque eu esteja velha, rs), acho que, mais do que
coisa de gente velha, é coisa de gente corrida. A gente cresce e acumula
responsabilidades, trabalho, demandas, vive uma vida tão frenética que, quando
percebemos, passou o dia, a semana, o mês, o ano. Olha para o lado e me diz,
você conhece alguém que não está vivendo assim?
Sei – hoje mais do que nunca – o quanto
é difícil fugir disso. Vivemos num mundo capitalista, precisamos trabalhar,
essa é a vida! Mas também precisamos alimentar nossa alma com as coisas que
gostamos, que realmente fazem sentido. Eu trabalho muito, vivo correndo, mas
minhas 2 horas de almoço são sagradas. É durante esse tempo que consigo fazer
meu exercício físico 3 vezes por semana, minha terapia uma vez na semana, e
ainda sobra um dia pra ir almoçar com as minhas tias avós em Volta Redonda.
Passo o dia sentada em um escritório, mas, quando desço para a loja no final da
tarde e me deparo com aquele céu laranja de outono, não consigo não me encantar
e dizer: “gente, o céu está liiindo!”. Todo-santo-dia, rs!
Ontem, depois de mais de dois
anos sem entrar aqui, vim dar uma olhada no blog. Fiquei encarando essa página,
pensando no quanto escrever sempre me fez bem, desde que me entendo por gente.
Eu era a criança que, antes mesmo de ser alfabetizada, já tinha diário! Sempre
gostei de escrever cartas, textos, até que a vida adulta chegou, me atropelou e
me bloqueou para isso. Quando decidi criar esse blog, em uma das inúmeras
tentativas de resgatar essa minha paixão, era início de 2020. Eu não fazia idéia
do quanto minha vida iria mudar dali pra frente. E, relendo meu primeiro texto
publicado aqui, um trecho me pegou muito.
“Tenho cuidado mais de mim. Da alimentação, das relações, dos
pensamentos. Do corpo, da mente e do espírito. Tenho bebido menos, brigado
menos, comprado menos. Evitado excessos de todos os tipos. Tenho sentido mais,
pensado mais, chorado mais. Voltei a ler, a frequentar o centro. Ainda preciso
rezar mais. Estou retomando velhos hábitos, hobbies, resgatando a minha
individualidade. Somos seres individuais, únicos. E a minha palavra para esse
ano é: equilíbrio.”
Quem é a pessoa que
escreveu isso? Meu Deus, parece que foi em outra vida! E posso dizer que, hoje,
está tudo ao contrário. Tenho bebido mais, comprado loucamente. Não consigo
mais chorar. Rezar, então, nem sei qual foi a última vez. Desequilíbrio total!
Me dei conta que nem a minha clássica listinha de resoluções para o ano novo, aquela
tradição de final de ano que faço questão de fazer, dessa vez não rolou. É a
rotina engolindo a gente. Eu sei (e como sei), que é difícil, que é muita
coisa. Mas eu acho que a vida é mesmo esse eterno cabo de guerra. Então faz
teus corre, mas também faz uma comida gostosa, faz carinho no gato, lê seu
livrinho, olha pro céu. Nossa missão aqui tem que ser mais do que só resolver um
monte de problemas!
E já que sou uma otimista
convicta (apesar de ranzinza, como atestou meu primo), acho que vou fazer uma lista
de resoluções de ano velho. Já estamos em maio, sim, mas ainda temos 7 meses
inteirinhos pela frente! Dá tempo de tornar realidade a reforma do meu
apartamento, repensar minha relação com o álcool, ver pelo menos um filme por
mês, fazer um curso de fotografia que tô paquerando há tempos... até caberia mais algumas coisas, mas acho que, por ora, está
de bom tamanho. Ah! E, é claro, voltar a escrever! Minha grande paixão e
eterna dificuldade em persistir... Será que dessa vez consigo aparecer mais por aqui?